Quem é Cristina Kirchner, ex-presidente da Argentina condenada à prisão

  • 10/06/2025
(Foto: Reprodução)
Com mais de 30 anos de carreira política, Kirchner já foi deputada, senadora, primeira-dama e duas vezes presidente da Argentina. Corte da Argentina rejeita recurso e determina prisão de Cristina Kirchner A ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, foi condenada à prisão nesta terça-feira (10) pela Suprema Corte do país. Os juízes rejeitaram um recurso que tentava anular uma condenação a seis anos de prisão por corrupção. Com a decisão, Cristina pode ser presa a qualquer momento. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Cristina Fernández Kirchner, 72, nasceu em Tolosa, nos arredores de La Plata, a 56 km de Buenos Aires. Ela ganhou proeminência no Partido Justicialista, peronista, com a ascensão de seu então marido, Néstor (1950-2010), seu antecessor na Casa Rosada. Com uma chepa de esquerda, ela ocupou a Presidência por dois mandatos consecutivos, de 2007 a 2015 e foi senadora entre 2017 e 2019, quando se tornou vice de Alberto Fernández. Kirchner e Alberto Fernández romperam ao longo do mandato deste último, após discordâncias quanto ao rumo da condução da economia. Em 2022, ela foi vítima de uma tentativa de assassinato por um militante de extrema direita. Seu mandato chegou ao fim em 2023, com a vitória eleitoral de Javier Milei. Ela foi condenada em diferentes instâncias no chamado Caso Vialidad, que encontrou indícios de corrupção em repasses federais feitos durante os governos Kirchner. O casal teria beneficiado o empresário Lázaro Báez com licitações de 51 obras viárias na província de Santa Cruz, realizadas com atrasos e superfaturamento. Parte desse dinheiro, diz a decisão judicial, voltava para empresas de familiares dos Kirchner. A ex-presidente Cristina Kirchner em 10 de junho de 2025 REUTERS/Tomas Cuesta Conheça sua trajetória política: Peronismo Filha de um motorista de ônibus e de uma dona de casa, Cristina Kirchner é a mais velha de duas irmãs. Alega sua origem na classe média baixa, embora não esconda sua preferência por marcas de luxo, ou seu gosto por viagens. Cristina se casou com Néstor quando ambos ainda eram estudantes de Direito na Universidade de La Plata. Desde então, foram vistos como um casal indissolúvel na vida pública e privada. "Desde que conheci Néstor, nunca nos separamos. Estávamos sempre juntos", conta ela em seu livro "Atenciosamente". Militantes do peronismo desde os dias de universidade, Néstor e Cristina Kirchner ficaram presos durante 17 dias em janeiro de 1976, pouco antes do golpe com o qual a última ditadura militar foi instituída (1976-1983). Depois desse episódio, eles se concentraram no escritório de advocacia que montaram na cidade de Río Gallegos. Segundo relato dela, a empreitada teve grande sucesso e deu a ambos a base de sua fortuna, com a compra de mais de 20 propriedades na Patagônia. Após a ditadura, começou sua carreira política. Néstor foi prefeito de Río Gallegos e depois governador da província de Santa Cruz. Cristina era deputada e também senadora da mesma província. Finalmente, os dois chegaram à Presidência em um plano bem delineado. "Pensamos na necessidade de garantir um processo político virtuoso de transformação do país", diz ela. O ataque a Cristina Kirchner momento a momento Em 2007 substituiu seu marido na presidência da Argentina. O estilo do casal ficou conhecido como a marca "K", a denominação por meio da qual os argentinos se referem tanto ao casal quanto a seus apoiadores, sejam ativistas, juízes, ou empresários. Néstor Kirchner morreu em 2010 e Cristina continuou na presidência até 2015, sendo que em 2017 foi eleita para o senado argentino. Como companheira de chapa do atual presidente Alberto Fernández, ajudou-o a chegar ao cargo nas eleições de 2019. Contra todos prognósticos, Cristina Kirchner escolheu concorrer no cargo de vice ficar à sombra de Fernández, ex-chefe de gabinete de seu governo e de seu marido. Protecionismo, esquerda e feminismo Seu governo foi caracterizado por políticas protecionistas e programas de assistência social, com vários subsídios que incharam os gastos públicos. Enfrentou setores poderosos, entre eles grandes proprietários rurais, conglomerados de mídias e instituições financeiras internacionais. Aproximou-se dos líderes de esquerda que governavam Brasil, Equador, Bolívia e Venezuela. Cristina Kirchner, em particular, refere-se com carinho a Fidel Castro e a Hugo Chávez. Também teve uma estreita relação com o papa Francisco. Crítica de Mauricio Macri, recusou-se a participar da cerimônia de posse quando ele assumiu a presidência em dezembro de 2015, encerrando um ciclo peronista na Casa Rosada. Durante seu mandato, o casamento homoafetivo e uma lei de identidade de gênero foram aprovadas, tornando a Argentina pioneira neste campo na América Latina. O debate sobre a legalização do aborto, no entanto, foi interditado no Congresso. Ela recuou em 2018, quando deu seu voto favorável, no Senado, a um projeto de lei sobre aborto. O texto acabou não sendo aprovado. "Eu costumava ser uma pessoa que dizia 'eu não sou feminista, sou feminina'. Que idiota! Que imensa estupidez e lugar-comum", disse certa vez. Processo por corrupção Ministério Público argentino pede sentença de 12 anos contra vice-presidente Cristina Kirchner O Ministério Público da Argentina pediu inicialmente uma pena de 12 anos para Cristina Kirchner por corrupção ligada à contratação de obras públicas. Posteriormente, a pena foi revisada para seis anos de prisão. O julgamento, que começou em maio de 2019, investiga se houve direcionamento e superfaturamento na concessão de obras públicas na província de Santa Cruz, berço político dos Kirchner. Para os promotores, ela e outros funcionários de seu governo favoreceram empresas de um homem chamado Lázaro Báez — muitas das obras em questão nem mesmo foram concluídas. Especialistas suspeitam que uma parte do dinheiro supostamente desviado teria retornado às mãos da família Kirchner. O Código Penal do país estabelece que quem for condenado por esses crimes será inabilitado para o exercício de cargos públicos. "Esta é provavelmente a maior manobra de corrupção já conhecida no país", disse o promotor Diego Luciani ao defender a sentença. Em 1º de setembro, na vice-presidência do país, Kirchner foi vítima de uma tentativa de assassinato no bairro da Recoleta, em Buenos Aires, ao sair de um evento. O militante de extrema direita Fernando André Sabag Montiel apontou uma pistola Bersa para seu rosto a poucos centímetros de distância, mas a arma falhou no momento do disparo. Montiel foi detido imediatamente. Justiça argentina confirma condenação de ex-presidente Cristina Kirchner

FONTE: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/06/10/quem-e-cristina-kirchner-ex-presidente-da-argentina-condenada-a-prisao.ghtml


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