Shutdown nos EUA: funcionários do Senado param de receber salários; paralisação entra no 20° dia sem perspectiva de acordo
20/10/2025
(Foto: Reprodução) Prédio do Capitólio dos Estados Unidos em meio ao shutdown do governo americano.
REUTERS/Aaron Schwartz
Funcionários do Senado dos Estados Unidos deixaram de receber salários a partir desta segunda-feira (20) por conta do shutdown do governo americano, que entrou no 20° dia sem perspectivas de acordo entre democratas e republicanos.
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Os funcionários do Senado deveriam receber um pagamento nesta segunda referente à primeira parte do mês de outubro (entre os dias 1° e 15), porém, como não houve acordo para encerrar o shutdown até o final do dia 16, o salário foi suspenso. A remuneração desses funcionários será restabelecida apenas no terceiro dia útil após o fim da paralisação, segundo uma medida assinada chefe do escritório de pagamentos da casa legislativa, Ted Ruckner.
Ainda segundo a medida de Ruckner, benefícios como seguros de saúde, dental e de vida e benefícios de aposentadoria continuarão sendo pagos durante a paralisação do governo americano.
Os salários de senadores e deputados, no entanto, continuarão sendo pagos independentemente da duração do shutdown. Isso porque a remuneração desse políticos é assegurada pela Constituição dos EUA e paga pelo Tesouro, ou seja, independe de aprovação orçamentária.
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O governo dos Estados Unidos entrou em paralisação em 1° de outubro após o Congresso não conseguir aprovar um projeto orçamentário para estender o financiamento federal. Democratas demandam mais gastos em Saúde, enquanto políticos republicanos e apoiadores do presidente Donald Trump acusam os democratas de fazer os EUA de reféns de sua agenda. (Leia mais abaixo)
👉 "Shutdown" é o termo dado a uma paralisação no governo federal dos EUA originada quando não há acordo no Congresso sobre o orçamento do ano seguinte. Durante a paralisação, apenas serviços considerados essenciais continuam funcionando, como segurança pública, fiscalização de fronteiras e parte do controle aéreo. Veja demais impactos aqui.
O assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, disse à rede americana "CNBC" nesta segunda-feira esperar que o shutdown do governo dos EUA termine "em algum momento desta semana". Hassett disse ainda que, se a paralisação não terminar, o governo americano avaliará medidas adicionais "mais fortes" de corte de custos.
Entretanto, os líderes do governo e da oposição da Câmara dos Deputados dobraram a aposta no domingo sobre o shutdown. Em entrevista à "ABC", o republicano Mike Johnson voltou a dizer que os democratas estão "fazendo política" com a paralisação. Já o democrata Hackeem Jeffries disse que seu partido não aprovará nenhum projeto orçamentário que deixe de fora gastos com Saúde.
O shutdown
O Capitólio dos EUA, horas antes de uma paralisação parcial do governo entrar em vigor, em Washington
REUTERS/Elizabeth Frantz
A paralisação, também conhecida como shutdown, acontece quando o Congresso não aprova o orçamento federal necessário para financiar o governo.
Sem dinheiro, parte dos serviços públicos é suspensa, funcionários considerados não essenciais são colocados em licença e outros podem ter que trabalhar sem receber.
O Congresso tinha até as 23h59 de 30 de setembro para aprovar o orçamento e evitar o shutdown.
No Senado, são necessários 60 votos para aprovar o orçamento federal. Com 53 cadeiras, o partido do presidente Donald Trump não tem votos suficientes para aprovar sozinho a proposta.
Na segunda-feira, duas tentativas de votação fracassaram.
O motivo central da crise atual é a exigência dos democratas de manter recursos para a saúde previstos em um programa conhecido como Obamacare. O programa ajuda a reduzir os custos dos planos de saúde para milhões de americanos.
Esses subsídios estão prestes a chegar ao fim, e, se não forem renovados, milhões de pessoas poderão enfrentar planos mais caros. Isso prejudicaria principalmente famílias de baixa renda. Trump e aliados republicanos querem discutir o tema apenas mais adiante.
Com o governo impedido de gastar, milhares de servidores públicos são colocados em licença, enquanto outros, que trabalham em serviços essenciais, podem ter os salários suspensos. A remuneração será paga de forma retroativa quando o orçamento for normalizado.
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