Negociações entre Israel e Hamas por cessar-fogo não avançam; ataques seguem em Gaza e 5 militares israelenses morrem
08/07/2025
(Foto: Reprodução) Delegações do governo Netanyahu e do grupo terrorista estão reunidos no Catar, no entanto, segundo autoridades israelenses, pode levar tempo até que se consiga chegar a um acordo de trégua. Fonte palestina afirma que não houve avanços. Israel mudanças em acordo feitas pelo Hamas são inaceitáveis
As negociações entre Israel e o grupo terrorista Hamas seguem sem grandes avanços, segundo fontes ouvidas pelas agências de notícias Reuters e AFP.
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Delegações do governo israelense e dos militantes palestinos estão no Catar desde domingo (6) para mais uma rodada de conversas para tentar chegar a um acordo de cessar-fogo.
Porém, logo no começo do encontro, Israel já criticou o grupo terrorista e disse que o Hamas quer fazer mudanças "inaceitáveis" na proposta apresentada na semana passada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, e que teria sido aceita pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, determinando uma pausa de 60 dias nos conflitos na Faixa de Gaza.
Nesta terça-feira (8), autoridades israelenses falaram à Reuters que acreditam que o acordo pode ser alcançado, mas que superar as diferenças pode levar mais tempo do que só alguns dias.
À AFP, uma fonte palestina afirma que as negociações indiretas entre as delegações, mediadas pelo Catar, continuam, mas sem "nenhum progresso" até o momento.
Um ponto de discórdia tem sido se o cessar-fogo encerrará a guerra por completo. O Hamas afirmou estar disposto a libertar todos os reféns em troca do fim da guerra e da retirada total de Israel de Gaza. Netanyahu afirma que a guerra terminará quando o Hamas se render, se desarmar e partir para o exílio — algo que o grupo palestino se recusa a fazer.
Palestinos inspecionam o local de um ataque israelense noturno a uma escola que abrigava deslocados, no campo de refugiados de Bureij, no centro da Faixa de Gaza
REUTERS/Ramadan Abed
Enquanto isso, em Gaza, os ataques mútuos continuam. Cinco soldados israelenses foram mortos, informou o Exército de Israel nesta terça e 18 palestinos foram mortos em bombardeios, segundo autoridades de saúde do território.
Uma autoridade de segurança israelense disse à agência Associated Press, em condição de anonimato, que dispositivos explosivos foram detonados contra os soldados durante uma operação na área de Beit Hanoun, no norte de Gaza, e militantes do Hamas também abriram fogo contra as forças que estavam evacuando os soldados feridos.
Além dos cinco mortos, 14 militares também teriam ficado feridos no ataque, dois deles gravemente. O número de soldados de Israel mortos desde o início da guerra, em 2023, é 888.
Segundo autoridades de saúde de Gaza, nesta terça, oito mortes ocorreram em Khan Younis, no sul do enclave, e as outras 10 na área central, no campo de refugiados de Bureij. Outras 72 pessoas teriam ficados feridas.
Visita de Netanyahu aos EUA
Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu (à esquerda), entrega carta a presidente dos EUA, Donald Trump, com indicação para Trump receber Nobel da Paz, durante jantar na Casa Branca, em 7 de julho de 2025.
Kevin Lamarque/ Reuters
Nesta segunda-feira (7), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, visitou a Casa Branca e disse que seu governo e o de Donald Trump estão buscando países que concordem em receber palestinos que vivem atualmente na Faixa de Gaza e seriam deslocados.
O presidente de Israel afirmou que a parceria com Israel daria aos palestinos um "futuro melhor", sugerindo que os moradores de Gaza poderiam se mudar para países vizinhos.
"Se as pessoas quiserem ficar, podem ficar, mas se quiserem sair, devem poder sair", disse Netanyahu. "Estamos trabalhando em estreita colaboração com os Estados Unidos para encontrar países que busquem realizar o que sempre dizem, que querem dar aos palestinos um futuro melhor. Acho que estamos perto de encontrar vários países."
Trump disse que há "ótima cooperação" por parte de países no Oriente Médio procurados por EUA e Israel, mas não especificou se algum deles havia aceitado a proposta.
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Esta não foi a primeira vez que ambos os líderes falaram sobre a ideia de deslocamento os mais de 2 milhões de moradores de Gaza. Desde Israel que voltou a atacar a Faixa de Gaza, Netanyahu vem mencionando planos de ocupar o território palestino.
No primeiro encontro os dois líderes desde a nova gestão do presidente dos EUA, em fevereiro, Trump afirmou também que os EUA pretendiam assumir o controle da Faixa de Gaza após o fim da guerra entre Israel e o Hamas. E disse que queria, inclusive, construir uma "riviera do Oriente Médio", com um complexo de resorts, no território.
Depois, em maio, Netanyahu também afirmou que pretende dominar toda a Faixa de Gaza.
A reunião desta segunda foi a terceira visita de Netanyahu a Washington desde que Trump voltou à presidência, em janeiro.
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