Maduro critica 'golpes de Estado da CIA' após Trump autorizar operações secretas na Venezuela

  • 15/10/2025
(Foto: Reprodução)
Donald Trump autoriza CIA a executar operações secretas na Venezuela O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, criticou nesta quarta-feira (15) o que chamou de “golpes de Estado da CIA”, após Donald Trump anunciar que autorizou operações secretas da agência de inteligência no país sul-americano. ✅ Siga o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Mais cedo, o jornal The New York Times revelou que o governo dos Estados Unidos havia autorizado ações da Agência Central de Inteligência (CIA) na Venezuela, incluindo “operações letais”. Com isso, os alvos poderiam ser Maduro e integrantes do governo venezuelano. Trump confirmou que havia dado autorizações para missões na Venezuela, mas se recusou a responder a uma pergunta sobre se os agentes de inteligência receberam permissão para eliminar Maduro. Em um discurso na noite desta quarta-feira, Maduro citou o tema indiretamente e afirmou que o povo venezuelano rejeita qualquer tentativa de intervenção no país. “Chega de golpe da CIA. Não à mudança de regime, que tanto nos lembra das guerras eternas e fracassadas no Afeganistão, no Iraque, na Líbia e assim por diante”, afirmou. O presidente venezuelano também criticou opositores que estão fora do país e que, segundo ele, convocam os Estados Unidos a atacarem a Venezuela. Ele também criticou o que classificou como ameaças dos EUA e guerra psicológica. “É uma covardia não dar a cara, se esconder em Miami e pedir para bombardear ou atacar militarmente uma pátria de gente nobre, que só trabalha e vive em paz, como a Venezuela”, disse. Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela classificou como "belicistas e extravagantes" as falas de Trump sobre o país. O governo afirmou ainda que os norte-americanos estão adotando políticas de "agressão, ameaça e assédio". "É evidente que tais manobras buscam legitimar uma operação de 'mudança de regime' com o objetivo final de se apropriar dos recursos petrolíferos venezuelanos", diz a nota. Desde o mês passado, segundo a imprensa americana, o governo Trump avalia uma operação militar que pode incluir ataques à Venezuela. Estruturas ligadas a cartéis de drogas estariam entre os possíveis alvos. Autoridades dizem que o objetivo final seria tirar Maduro do poder. Os EUA acusam Maduro de liderar o Cartel de los Soles, grupo classificado recentemente pelo governo Trump como organização terrorista internacional. Neste contexto, o governo americano pode considerar o presidente da Venezuela um alvo legítimo ao anunciar ataques contra cartéis. Em agosto, o Departamento de Justiça ofereceu uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à prisão do presidente venezuelano. No mesmo mês, o governo norte-americano anunciou o envio de navios e aeronaves militares para o Caribe, em uma área próxima à costa venezuelana, alegando se tratar de uma operação contra o tráfico internacional de drogas. LEIA TAMBÉM Avião com secretário de Guerra de Trump faz pouso de emergência por janela rachada em pleno voo Submarino Titan, que levava bilionários ao Titanic, foi danificado oito missões antes de implodir, diz relatório final Israel ameaça voltar a atacar Gaza se corpos de reféns não forem devolvidos; Hamas diz que devolveu todos 'a que teve acesso' Operações no Caribe O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, durante evento indígena em 12 de outubro de 2025 Frederico Parra/AFP Desde setembro, os Estados Unidos vêm bombardeando barcos que, segundo o governo, pertencem a organizações narcoterroristas envolvidas no transporte de drogas para o território norte-americano. O bombardeio mais recente foi autorizado na terça-feira (14), quando militares atingiram um barco em águas internacionais próximas à costa da Venezuela. Seis pessoas morreram, segundo Trump. "A inteligência confirmou que a embarcação estava traficando narcóticos, estava associada a redes ilícitas de narcoterrorismo e transitava por uma rota conhecida de organização terrorista", publicou o presidente em uma rede social. Essas operações, no entanto, têm sido alvo de críticas de entidades internacionais. A Human Rights Watch afirmou que os bombardeios violam a lei internacional por se tratar de "execuções extrajudiciais ilegais". O tema também foi discutido no Conselho de Segurança da ONU na sexta-feira (10), que levantou preocupações sobre a execução de civis sem julgamento, além da possibilidade de uma escalada militar na região. Já o governo da Venezuela pediu para que a comunidade internacional investigue os ataques, afirmando que as vítimas — que os EUA alegam ser narcotraficantes — eram apenas pescadores. Escalada EUA bombardeiam barco perto da costa da Venezuela Especialistas ouvidos pelo g1 afirmam que o aparato enviado pelos EUA ao sul do Caribe é incompatível com uma operação militar para combater o tráfico de drogas. "Se você olhar o tipo de equipamento enviado para a Venezuela, não é um equipamento de prevenção ou de ação contra o tráfico, ou contra cartéis", aponta o cientista Carlos Gustavo Poggio, professor do Berea College, nos EUA. Maurício Santoro, doutor em Ciência Política pelo IUPERJ e colaborador do Centro de Estudos Político-Estratégicos da Marinha do Brasil, avalia que os EUA podem estar se preparando para uma intervenção militar na Venezuela. “É uma situação muito semelhante àquela do Irã, alguns meses atrás. O volume de recursos militares que os Estados Unidos transferiram para o Oriente Médio naquela ocasião, e agora para o Caribe, são indicações de que eles estão falando sério”, disse. Veja a seguir o que se sabe sobre a operação dos EUA: Pelo menos sete navios dos EUA foram enviados para o sul do Caribe, incluindo um esquadrão anfíbio, além de 4.500 militares e um submarino nuclear. Aviões espiões P-8 também sobrevoaram a região, em águas internacionais. A operação se apoia no argumento de que Maduro é líder do suposto Cartel de los Soles, classificado pelos EUA como organização terrorista. Os EUA consideram o presidente venezuelano um fugitivo da Justiça e oferecem recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à prisão dele. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, se recusou a comentar objetivos militares, mas disse que o governo Trump vai usar "toda a força" contra Maduro. O site Axios revelou que Trump pediu um "menu de opções" sobre a Venezuela. Autoridades ouvidas pela imprensa americana não descartam uma invasão no futuro. Trump vem se recusando a comentar se irá ordenar um ataque direto ao território venezuelano. Por outro lado, o presidente já autorizou que militares atirem contra caças da Venezuela que oferecerem risco à operação americana. Enquanto isso, Caracas vem mobilizando militares e milicianos para se defender de um possível ataque. Civis também estão sendo treinados. VÍDEOS: em alta no g1 Veja os vídeos que estão em alta no g1

FONTE: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/10/15/maduro-critica-golpes-de-estado-da-cia-apos-trump-autorizar-operacoes-secretas-na-venezuela.ghtml


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