'Agressiva', 'retaliação', 'pessoal': imprensa internacional repercute tarifa de Trump contra o Brasil
09/07/2025
(Foto: Reprodução) Republicano publicou carta endereçada a Lula com críticas ao julgamento de Bolsonaro e determinou taxas de 50%. Jornais estrangeiros veem aumento das tensões diplomáticas. Tarifa imposta por Trump ao Brasil repercute pelo mundo
A imprensa internacional repercute a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta quarta-feira (9). O republicano publicou uma carta endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma rede social.
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A nova taxa está prevista para entrar em vigor em 1º de agosto. Ao justificar a medida, Trump citou Jair Bolsonaro (PL) e classificou como "uma vergonha internacional" o julgamento do ex-presidente no Supremo Tribunal Federal.
Jornais estrangeiros afirmaram que Trump anunciou as tarifas como parte de uma briga pessoal e as relacionaram a uma retaliação pelo julgamento de Bolsonaro.
O New York Times disse que a tarifa é a mais alta já anunciada contra um parceiro comercial relevante.
O Washington Post informou que Trump fez um ataque direto ao governo Lula.
A BBC destacou as semelhanças entre Trump e Bolsonaro.
O Guardian chamou a carta de "agressiva" e relacionou atitudes dos dois líderes.
O Clarín disse que as tensões entre Brasil e Estados Unidos aumentaram.
O Le Monde afirmou que a tarifa é uma retaliação dos EUA contra o Brasil por causa do julgamento de Bolsonaro.
Veja a seguir alguns detalhes das reportagens.
The New York Times, EUA
The New York Times reporta anúncio de Trump contra o Brasil
Reprodução
O The New York Times informou que as tarifas são um movimento de Trump para retaliar o que ele classificou como uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
O jornal ressaltou que a tarifa de 50% é, de longe, a mais alta já anunciada contra um parceiro comercial relevante. A reportagem lembrou que, no ano passado, os Estados Unidos importaram US$ 42 bilhões em produtos brasileiros, como combustíveis, máquinas, metais e aeronaves.
"Em um sinal de que este anúncio era pessoal para o presidente Trump, ele abandonou a abordagem de carta padrão que usou 21 vezes até agora esta semana e escreveu uma carta que repreendeu o atual governo do Brasil", diz o texto.
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The Washington Post, EUA
Reportagem do Washington Post sobre tarifas de Trump
Reprodução
O The Washington Post informou que Trump fez um ataque direto ao governo Lula por causa do julgamento de Bolsonaro.
O jornal diz que Trump compara o caso do ex-presidente ao próprio histórico jurídico e lembrou que o republicano enfrentou quatro processos criminais antes de retornar à Casa Branca.
"O presidente Donald Trump embaralhou sua agenda comercial e lançou um ataque contundente contra o governo brasileiro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva por seu tratamento ao ex-presidente Jair Bolsonaro."
O jornal também destacou que Trump criticou a decisão do Supremo Tribunal Federal do Brasil que obriga empresas americanas como Meta, Google e X a moderar conteúdo de usuários, chamando isso de um ataque aos “direitos fundamentais de liberdade de expressão dos americanos”.
BBC, Reino Unido
Reportagem da BBC sobre tarifas de Trump de 50% contra o Brasil
Reprodução
A BBC destacou que Trump acusou o Brasil de realizar “ataques” contra empresas americanas de tecnologia e de promover uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro. A emissora britânica também elencou semelhanças entre o presidente americano e o ex-presidente brasileiro.
"Ambos perderam eleições presidenciais e se recusaram a reconhecer publicamente a derrota", cita.
A reportagem lembrou que Trump já publicou 22 cartas esta semana para países ao redor do mundo, incluindo parceiros comerciais como Japão, Coreia do Sul e Sri Lanka, detalhando novas tarifas que entrarão em vigor em 1º de agosto.
Embora muitas medidas retomem planos suspensos após reação negativa dos mercados financeiros, a mensagem enviada ao Brasil foi descrita como “uma correspondência muito mais direcionada”.
The Guardian, Reino Unido
Reportagem do The Guardian sobre tarifas dos EUA contra o Brasil
Reprodução
O The Guardian ressaltou que, diferentemente das cartas quase idênticas que Trump costuma enviar, a mensagem direcionada ao presidente Lula foi “notavelmente diferente”. A reportagem também chamou a carta de "destemperada".
O jornal também destacou que os atos de 8 de janeiro de 2023 em Brasília “relembraram de perto o ataque ao Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021”.
"Considerando que Trump ainda sustenta que estava dentro de seus direitos ao conspirar para permanecer no cargo, após perder a tentativa de reeleição em 2020, e que os esforços culminaram em uma revolta de seus apoiadores em 6 de janeiro de 2021, não é difícil entender por que Trump parece tão dedicado à ideia de que Bolsonaro não cometeu nenhum erro", afirma.
Clarín, Argentina
Clarín noticia tarifas de Trump contra o Brasil
Reprodução
O Clarín apontou que a tensão entre Estados Unidos e Brasil “escalou com força” nesta quarta-feira, após o anúncio de Trump.
"A medida de Trump, que em teoria entrará em vigor a partir de 1º de agosto, abre uma guerra entre os dois gigantes do continente, com governos de orientações políticas diferentes, e já provocou a rejeição do governo de Lula da Silva", diz.
A reportagem destacou ainda que, na carta ao presidente Lula, Trump “misturou razões políticas e econômicas” para justificar a decisão de aumentar as tarifas muito além da média aplicada aos demais países latino-americanos, que é de 10%.
Le Monde, França
Reportagem do Le Monde sobre as taxas de Trump
Reprodução
O Le Monde afirmou que o anúncio do presidente dos EUA é uma retaliação ao processo que tramita na Justiça contra Bolsonaro.
"Promotores brasileiros acusam Bolsonaro de ser o 'líder de uma organização criminosa' que conspirou para mantê-lo no poder independentemente do resultado da eleição presidencial de outubro de 2022, que foi vencida pelo líder de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva", diz a reportagem.
O jornal francês também mencionou as críticas de Trump contra as tentativas do Supremo Tribunal Federal de regular as redes sociais e combater a desinformação.
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